E o telemóvel toca. Todos os dias ele toca. Toca, toca e eu nunca sou tocada. Toca, toca e eu não lhe toco. Por onde andas tu? Falta-te chão meu na sola dos teus sapatos. Sou a secura dos cantos dos teus lábios, lábios que não os meus deixaram escapar, que não cantam e que.. perdi-me. É de dia e ainda estamos os dois, sentados nas escadas frias do prédio, às escuras, escondidos. Falas-me e eu oiço-te cantar. Os meus ouvidos gostam de ti. Riste da minha estranheza e brincas com ela enquanto a acaricias. Só que, só que o teu eco na minha cabeça pede-me cheias. Sai. E seco. Sai. Estou a fazer-nos um favor. E fico triste. Não sou a tua simetria nem a tua pessoa. Cedo à diferença sem nome que nos torna paralelos. Falta-nos sem falta. O quê? O que é que nos falta? Isso, tira-te de mim.

3 comentários:
Sara, temos almas tão parecidas
tenho saudades tuas e tens um coração belo
serás de quem quiseres e de quem te quiser.
Enviar um comentário