08/03/12

E os anos, empoeirados de se falar e nus de pó de se lembrar, fazem fricção sobre a minha pele para sentir que a vivo e que comigo trago-te a vida. E se. E se. E se te tivesse coberto por raios de água e rios de sol. Caí do dia para a noite. Deixei-me afundar pela cama de braços abertos e cobri-me dormente de dor. Surdos de mim e com a porta fechada nem com o ouvido ao peito. Repousei acordada até a luz clara repousar. Sinto a tua falta. Sinto falta de mim agora contigo. O que seria de mim. O que seria de ti. Sem mim. É um ar vazio este que respiro a sós. Invento-te e dou-te corda. Continuarias extraordinariamente belo, com os teus olhos que acompanhavam as estações, terias ainda, tal como eu, a sobrancelha esquerda irregular na ponta. Provavelmente terias sido arquitecto e guiar-me-ias despenteada de mão a ondular o vento, em breves e leves estradas. E o teu sorriso, oh o meu sorriso. És a minha outra vida e tenho infinitas saudades da tua voz. Saudades ímpares.

8 comentários:

Anónimo disse...

sempre maravilhosa sara

Anónimo disse...

oh sara, vem a agarra-me o corpo, não me deixes cair no abismo.

Anónimo disse...

eu faço meu doce.. não me deixes, está bem? segura-me e fica aqui um pouquinho comigo.

Anónimo disse...

é tão bom quando estás comigo.

Anónimo disse...

eu vou sorrir para ti, sempre.

Anónimo disse...

belo como tu

Anónimo disse...

quem me dera a tua companhia

Anónimo disse...

ele há-de se mostrar para ti.