26/09/11

Eu rio-me sempre quando me atacam em cheio no coração. Não me deste sequer tempo de rir. Numa viagem simples, rotineira de escola até casa, dispersei-me no que me disseste e fui até a Alenquer. Em Alenquer poderia apanhar o fácil autocarro até Vila Franca de Xira e estaria o percurso remendado. Mas falavas cada vez mais alto. Apanhei o autocarro errado até Abrigada. Sentia-me vazia. Saí, mais ninguém se via, só eu e o motorista. "Chegámos?", "Para onde quer ir?", "Queria ir para Vila Franca de Xira"- mas agora quero matar isto aqui dentro. Riu-se. Riu-se por mim. "Oh menina está completamente no lado oposto a onde quer ir", oh se estava. Cheguei a casa eram nove e meia da noite, suponho. E tu decerto que te enfiaste em mim, dispersaste-te no teu paleio e foste parar onde não devias. Decerto que andavas à deriva e levaste-me contigo. Tão certo que paraste no sítio errado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tens um coração tão leve, tão grande, tão teu.
Tua, M.