Quando os meus olhos pousavam cegos nos teus. Quando rias e fazias de tudo para chamar a atenção que tinhas sem saberes. Quando nos picávamos por todo o tempo que nos foi roubado. Quando gostei de te ouvir, a ti e à tua preocupação desmedida, nós lado-a-lado junto a uma árvore. Quando encontrei de novo a parte boa de morares em mim. Quando o nosso coração dilatou as vezes necessárias para surgir fora de nós. Remexeste em céus quase esquecidos. Em estrelas quase cadentes. Durante tanto tempo falámos em silêncio, falámos pelo encaixe dos nossos corpos que eram apenas um de vez em quando. Falávamos pela maneira mais fácil e simples que sabíamos. No entanto, calei enquanto pude, 'fugi'- como dizes. E se for esse o termo perfeito, foi quase perfeita a forma como voltei se não tivesse que ir novamente.

4 comentários:
" foi quase perfeita a forma como voltei se não tivesse que ir novamente" que lindo!
e olha que é tão fácil acreditarmos no que não existe.
Acho que, no fundo, temos todos a necessidade de acreditar. Dá-nos estabilidade acreditar. Acreditar em tudo e em nada. Às vezes isso corre-nos mal, ficamos pior que estragados. Mas outras, outras vezes tornamo-nos mais doces, terrivelmente doces. Nessas vezes, o acreditar vale toda a pena!
por vezes não é fácil a compreensão. mas o que exprimo naquele texto é sofrimento e dor diária, o que muitos percebem por não conseguirem afastar esses sentimentos. espero que o consigas fazer o mais rápido possível, sabe, sem dúvida, muito melhor viver livres de pessimismo:)
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