E eu só queria um pouco da tua textura sobre a minha. Só queria que fossemos tecidos e formássemos mantas e aquecêssemos assim. A meu lado. Na minha cama. Estavas tu. Tão real como a vida e nunca tão longe, nunca tão infinitamente longe. E quando sem noção deixavas a solidão, agora caída para trás conforme te ajeitavas e viajavas sem saber para onde ir, agarrei-ta e contornei-te os dedos, preenchi-lhe os espaços vazios e mexias então a tua mão macia em tremores repentinos que se uniam em concha com a minha, afastava-a assustada e preenchia-a novamente, quando um lufar de calma te sossegava ao mesmo tempo que eu te embalava. Já se ouviam passos pela casa, Levanta-te- repetia - Não consigo e passavas as mãos sobre o meu cabelo e os teus olhos sobre os meus olhos. Levanta-te- empurrava-te com um nó de antónimo preso ao pescoço. E foi quando me cobriste com a tua íris de lã como se me decorasses e.. foste, com tudo que é o nada agora de ninguém.
1 comentário:
tal e qual como tu!
Enviar um comentário