13/01/12

E deixas que o chão te caia sem lembrar a gravidade das memórias já filtradas. O teu corpo, que sempre dançava e nunca parecia quebrar ao vento, estende-se sobre ele e voa para longe num soprar que é quente mas que peca à distância. E tenho comigo o trair da distância para que o teu corpo debruçado ao vento não te atraiçoe. Irás precisar de mim e eu terei abrigo que te abrace e que te mande de volta à vida. A tua alma procura pequenos pedaços que sentes que são teus mas que, na realidade, são pequenas esponjas a uma Raquel que me custa a crer. A Raquel tem pedalada demais para ti- e eu trouxe à tona pequenos pedaços que a sua alma não procurava porque, na realidade, já eram dela. Vocês as duas completam-se e sorriamos agarradas. Sinto que o gesto de um sopro passará a um beijo de despedida. Éramos uma da outra elevadas ao expoente máximo.

Tua, Sara 56

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