nós de papel.

-Eu já fui um pedaço de papel.

-Não podes ser papel.

-Já pude. Era um pássaro em origami, voava livre presa às mãos de quem me cuidava. Fez de mim o que o coração queria. Desenhou-me. Soprou-me num avião de papel e quando caia, voltava a fazer-me voar e sorria. Fez-me flutuar num barco pequenino. Dobraram-se dias vincados, mas ele tornou-se papel.

-Como?

-Fizeram dele o que queriam, a diferença é que não tinham coração. Amachucaram-nos.