18/12/24

O meu mano é um artista

 Esta memória veio à tona numa conversa noturna na varanda do ARA com a Manalisa que conheci ali mesmo.

As ilustrações que fazias nas cópias que levava como trabalho de casa e mostrava à professora no dia seguinte de manhã.

Lembro-me de, em silêncio, fingir que tinha sido eu a fazer e a professora, a Dona Celeste e cúmplice deste Amor, dar uma nota à cópia e outra à ilustração. A ilustração que era uma autêntica obra de arte por debaixo da minha letra infantil.

Era eu vaidosa e inteira com o teu Amor porque o Meu Mano é um Artista e eu sou uma Sortuda por ser Mana dele.




23/11/24


The world was on fire and no one could save me but you
It's strange what desire will make foolish people do
I never dreamed that I'd meet somebody like you
And I never dreamed that I'd lose somebody like you
No, I don't wanna fall in love 
No, I don't wanna fall in love 
With you
With you 
What a wicked game to play, to make me feel this way
What a wicked thing to do, to let me dream of you
What a wicked thing to say, you never felt this way
What a wicked thing to do, to make me dream of you
And I don't wanna fall in love 
No, I don't wanna fall in love 
With you
No, I 

03/10/24



O transcendental é visível aos olhos aguados. Que bebem, se alimentam e são feitos da mítica proeza de não saber a norma. É o olho que tudo não vê e dilata-se na etiqueta. Etiqueta essa que tem um preço. 
É sobre querer saltar sem rede e ser mais rede que salto. 
A verdade é que é mentira que o nosso verdadeiro Eu está cá dentro. Eu nunca soube quem eu era. Ou provei e não gostei? Hum. 


03/11/21

 Ser complexo, diverso. 

Apenas ser o universo que trago nas pontas arredondadas do coração. 

Ir sem medo do piso molhado que escorrega a abrir. 

Olhar para dentro com um sorriso. 

Enfim, ser. 

Libertar-me de tudo a que me almejo. 

Por fim escorregar de uma das pontas arredondadas do coração até à sua ponta sul e dali esticá-lo até ao chão,

tornando-se gigante de tão alta que eu estava.

21/11/20

 


É só a mim que assola um cansaço desmedido? Um cansaço que teima pela persistência no que está por vir e que é dormente de preguiça pelo presente. Tudo me cansa. Cansa-me o presente. Será que é isto ser adulto? Será que tenho Covid? A frieza pelo sentimento do outro como nunca. A indiferença pela dor na sua generalidade. Um calhau com olhos que só pensa no que é belo e desperdiça todas as oportunidades de ser mais do que isso. Hoje está um dia belo, de sol... quero ir passear com o Tyson à serra. Será que vou? Esta vontade que é paralela e não perpendicular a cada ação. Motivação, precisa-se. Procurá-la em mim porque ela deve estar aqui. Eu existo no presente. O meu presente influencia o meu futuro. Repito comigo mesma estas palavras e espero vesti-las ainda hoje.

28/04/20



Ainda não fiz anos mas prevejo o dia D. O dia em que vou fazer 24 anos. Lembro-me tão bem de ser pequenina e de me sentir uma pessoa velha, com um manto negro sobre mim cada vez que sorria. Nunca me esquecia que tinha de estar triste, que não era merecedora de festejar. Lembro-me como se fosse ontem que quando todos festejavam, era quando eu me afastava e chorava. Penso que foi essa a forma que a sociedade e logo depois a realidade me ensinou a fazer o luto. Eu eu era criança, tornei-me adolescente e mais do que vestida de preto, vivi essa atmosfera. Não festejei os anos sem ser cá em casa por vontade dos meus pais até há sensivelmente 2 anos. Eu simplesmente não dizia às pessoas que fazia anos, não transparecia a alegria, escondia-a ou entristecia-me, quando no fundo, eu gosto. Gosto tanto de estar com amigos, de celebrar a amizade, de expressões de amor, como não poderia gostar de fazer anos? Este manto negro que outrora sentira foi desaparecendo e o dia que considerava desprezível tornou-se trágico, proporcionalmente à vontade que eu tinha de festejá-lo. Foi a morte do meu avô na meia noite e o funeral no próprio dia, o dia que era passado na aldeia onde não se passava rigorosamente nada, o dia sem amigos, o dia em que por mais que eu quisesse, algo de mal dava-me os parabéns. Até conhecer o Guilherme, que me trouxe alento neste dia e nos outros e, apesar de ser feliz, há sempre algo que me falta. Creio que me faltará sempre mas ao menos já não me sinto velha e sorrio sem pesar. Ah, e o dia D só podia ser um dia esperado... eu digo que tem a ver com o nome David mas sou suspeita.

12/02/20

É assim tão normal? O amor que me fascina, para além do namoro. O amor que me ampara, mima e protege com os mesmos braços à mais de 23 anos. Procurei-te com intenção de falar Dele (deste amor que para mim é sagrado, e a minha dádiva) e deparei-me com este último texto em rascunho: "Os meus pais são o conto de fadas mais bonito que li, a verdadeira definição de perfeição, a ilha encontrada depois do naufrágio que é a vida. Eles são a sensação de quando aparece uma caixinha de música a brotar uma bailarina que dança com o som mais bonito que os meus ouvidos se encantam. Eles são os primeiros raios de sol da manhã, o céu pintado a meio da tarde, e estrelado à noite. O pequeno almoço em que acordo tarde, o almoço risonho, e o jantar quentinho. O amor tem o nome deles, Lurdes e Manuel. O poema e a prosa mais bem escrita, o meu par predilecto, a minha felicidade. Eu amo-os com o coração todo, juntamente com o mano David e o mano Pedro." E, a magia é que, desde que conheci o amor do namoro, e agradeço em segredo eternamente ao meu Amor... que aprecio estes meus amores grandiosos, dignos de uma epopeia, e que a existência Deles é a extensão do meu ser, é a ampliação da minha alma, a resposta para que tudo faça sentido.