17/12/12

Acordei de violino. Atearam fogo às folhas secas e brotaram flores em chama. Tropeça a trepadeiras, o sangue corria ávido de nenúfares e mantive o dia no canto da boca. Charcos de pântanos chuviam-me numa salina lacrimejada escondida no avesso. O escuro é da noite e ninguém perceberia o negrume véu do dia. Cabelos frios gelaram-me a nuca e nadaria na espinha a mariposa de arrepios em prosa. Acordei de violino e relógios de bolso, nas duas palmas das mãos, friccionavam o adiantar do frio e o cálido atraso. Desalmada pulsação de floco, estendi as asas e nevei.

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