Só vos quero aos pedaços genuínos. Só quero o que me têm para dar de mais vosso, tirando isso, guardem-se para os vossos passatempos caprichosos. É que eu, sabem, eu vivo no mesmo lugar que vocês mas vejo-o de céus diferentes e talvez por isso choquemos um bocadinho. É que vocês falam do que querem sentir para taparem buracos. Falam com créditos e débitos. Falam embriagados. Calam sóbrios. E eu, muda e sempre com receio de falar do que sinto, não tenho sentimentos. Oh, e sinto tanto. Mas agradam enfeites lançados pela boca e sobre os dedos. Agradam palavras embelezadas e cobertas de base sem sentimento-base nenhum. E depois não sorriem a sorrir, sabem? E eu, eu continuo a não ter sentimentos. Parece que enquanto morarem apenas dentro de mim serão talvez menos reais e mais verdadeiros, sem se confundirem e se perderem em amores vivos de frases feitas e mortos de coração. Têm uma tendência inevitável de colocar o sempre dentro de um boião sem tampa e está previamente estampado o sempre quebrado alguns dias depois. É que sabem, dói para quem acredita em tudo, mesmo no que é nada. É um disfarce de magia para quem acredita nessas tretas. O meu céu não é este. No meu céu voam olhares que dizem tudo. O que contam são as asas e o modo de voar. No meu céu fala-se sem falar, entendem? E é tão mais azul. E oh, desculpem mas eu falo a sentir, por isso, ou falo pouco ou falo demais.

9 comentários:
adoro tudo o que escreves
belo como sempre
lindo, like always
mágico é ter-te em minha casa.
mas falas bem
gosto imenso do teu cantinho, imenso!
"No meu céu fala-se sem falar, entendem? E é tão mais azul. E oh, desculpem mas eu falo a sentir, por isso, ou falo pouco ou falo demais." genial. belo e genial.
um abraço dou-te eu todas as noites! sweetheart
deixo-te um bem-te-quero lá!
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