Tem estado frio. Muito frio. Já não sentia esta sensação de gelo desde o último Inverno e só ainda mora o Outono. Sabes, em segredo, acho que a única esperança de ficar quentinha, arrefecida de mantas e chocolates quentes, eras tu. Tu de sorriso pousado na luz da lareira ao canto da sala, eu reflectida nos teus olhos brilhantes, cada vez mais próximos, cada vez mais próxima de mim mesma. Eu coberta pelos teus raios e tu quente, tão quente. Sabe bem imaginar-te quando o frio aperta, por mais gelados que estejamos, sabes, longe um do outro. E não sei quando te voltarei a ver, talvez derreta, talvez congele, talvez esteja doente. Talvez sejas a minha pequena doença e eu precise de uma grande cura.