05/06/10
Colas (?)
Se soubesses o sabor que a vida ganha quando a tua presença se desfaz. És um parasita sempre colado, entranhado, enroscado, que mais poderei dizer para destacar a falta de ausência? Que tamanha comparecência. É refrescante poder desfrutar das horas vagas da vida, de preencher as horas vazias e atribuir-lhes algum sentido. É claro o café amargo sem açúcar, mas bebe-se. Não, os meus olhos não te rejeitaram de maneira alguma, é a brisa, o vento próximo da superfície do mar que me obriga a fechá-los enquanto provo este doce mel salgado. Sabe tão bem. Sabe ao perfume das tuas palavras, ao toque distante, ao teu amor próximo. Tudo isto antes da tua triste revelação, antes de levares o sabor desse teu perfume intenso, de tornares raro cada toque teu e quanto ao amor, mais vale esperar sentada à espera que chegue. É ironicamente o paradoxo: Estou cheia da tua presença constante, porque sinto constantemente falta da tua ausência. Quer dizer, tropeço nas palavras só de tentar explicá-lo. Estás presente não aqui, mas em mim. Como sempre. Se o amargo café adormecesse o que me faz ficar acordada noites a fio. Pergunta retórica essa, sabes perfeitamente que és tu o meu pesadelo. Sonho não és, são os pesadelos que nos mantêm acordados. E se fosses a limitação ou a restrição do que eu penso? Existe leis para tudo, menos para absorção deste colas. Mas é impressionante como preenches sempre as horas vazias e não vejo sentido algum nisso
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